Reformar imóveis com gás encanado exige mais do que planejamento estético e orçamentário. Envolve atenção a aspectos técnicos e de segurança que, se negligenciados, podem gerar riscos sérios à integridade das pessoas e ao patrimônio.
O gás é uma fonte de energia segura quando bem instalada, mas qualquer intervenção em áreas com tubulação existente requer cuidado, orientação profissional e respeito às normas técnicas.
Este checklist foi desenvolvido para orientar quem pretende realizar reformas em residências, comércios ou condomínios que possuem sistema de gás encanado. Ele ajuda a identificar etapas fundamentais, prevenir acidentes e garantir que a obra ocorra de forma segura e dentro das normas brasileiras.
Avaliação prévia da instalação existente
Antes de iniciar a reforma, é indispensável fazer uma vistoria completa do sistema de gás encanado. Essa etapa deve ser conduzida por um profissional habilitado, como um técnico credenciado ou engenheiro especializado em instalações de gás. O objetivo é verificar o estado atual das tubulações, conexões, válvulas e pontos de consumo.
Durante essa avaliação, o profissional identifica possíveis desgastes, vazamentos e não conformidades em relação às normas da ABNT, especialmente a NBR 15526, que trata das instalações internas de gás combustível. Essa análise também permite mapear o trajeto da tubulação dentro do imóvel, algo essencial para evitar rompimentos acidentais durante a obra.
Identificação do trajeto da tubulação
Saber exatamente onde estão os dutos de gás é uma das medidas mais importantes para evitar acidentes durante a reforma. Em muitos imóveis, principalmente os mais antigos, a planta original pode não refletir as modificações feitas ao longo dos anos.
O profissional responsável deve utilizar equipamentos de detecção ou seguir o traçado visível para localizar o caminho dos tubos antes de qualquer demolição ou corte de parede. Caso o sistema esteja embutido, é recomendado o uso de detector de metais, rastreadores de tubulação ou câmeras de inspeção. Essa etapa evita danos às linhas de gás, que podem causar vazamentos ou explosões se perfuradas.
Desligamento temporário do fornecimento de gás
Durante a execução da obra, pode ser necessário interromper temporariamente o fornecimento de gás. Isso garante segurança tanto para os operários quanto para os moradores.
O fechamento deve ser feito no registro geral e confirmado com um teste de estanqueidade, garantindo que não há pressão residual no sistema. Em condomínios ou edifícios, o desligamento precisa ser comunicado à administradora e à concessionária responsável, especialmente quando a intervenção envolve áreas comuns ou ramais coletivos.
Planejamento de alterações e adequações
Muitas reformas envolvem mudanças na cozinha, lavanderia ou área gourmet, locais diretamente ligados ao sistema de gás encanado. Se houver intenção de deslocar fogões, aquecedores ou churrasqueiras, é necessário avaliar a viabilidade técnica dessas alterações.
Cada novo ponto de consumo precisa respeitar critérios de ventilação, exaustão e distância mínima em relação a tomadas e superfícies aquecidas. Além disso, qualquer modificação na rede interna exige atualização do projeto de gás, conforme determina a NBR 15526. Essa etapa deve ser acompanhada por um responsável técnico que possa emitir uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Proteção da tubulação durante a obra
Durante o processo de reforma, as tubulações existentes devem ser devidamente protegidas. Poeira, entulho e impacto mecânico podem comprometer conexões e causar microvazamentos.
É recomendável sinalizar o trajeto da rede com fitas de alerta e proteger os trechos expostos com espuma, plástico ou calhas metálicas. Em áreas onde o piso será substituído, a remoção do contrapiso deve ocorrer com ferramentas adequadas e sob supervisão técnica. O ideal é que o trecho da tubulação seja isolado antes do início das atividades mais pesadas.
Substituição de materiais e conexões antigas
Em reformas de imóveis com mais de dez anos, é comum encontrar tubulações metálicas antigas ou conexões fora dos padrões atuais. Sempre que possível, essas partes devem ser substituídas por materiais modernos e certificados, como tubos de cobre, aço galvanizado ou polietileno de alta densidade (PEAD), conforme especificações técnicas.
Além da durabilidade, o uso de materiais padronizados reduz riscos de vazamento e facilita manutenções futuras. Toda substituição deve ser registrada no projeto atualizado, garantindo rastreabilidade e conformidade com as normas vigentes.
Testes e inspeções antes da religação
Com o término da obra, o sistema de gás precisa ser testado antes da liberação do uso. O teste de estanqueidade é obrigatório e deve ser realizado por empresa qualificada, utilizando manômetro calibrado. Esse procedimento verifica se há vazamentos na rede interna e assegura que todas as conexões estão corretamente vedadas.
Após a aprovação no teste, o responsável técnico deve emitir o laudo de conformidade, documento que atesta que o sistema está seguro e apto a operar. Só então o fornecimento de gás pode ser restabelecido.
Adequação à ventilação e exaustão
Durante reformas, especialmente em cozinhas e áreas de serviço, é comum que a ventilação natural seja comprometida por novos móveis, janelas menores ou fechamento de vãos. Esse é um ponto crítico em imóveis com gás encanado.
A ventilação e a exaustão são indispensáveis para a segurança. O ambiente deve permitir a renovação constante do ar e a dispersão de possíveis vazamentos. Em sistemas com aquecedores de passagem, é obrigatório que o duto de exaustão seja instalado de forma correta, evitando o retorno dos gases queimados ao interior do imóvel.
Responsabilidade técnica e documentação
Toda obra que envolva modificações ou interferências em instalações de gás encanado deve contar com um profissional habilitado e responsável técnico formalmente designado. Esse profissional garante que as normas da ABNT, do Corpo de Bombeiros e da concessionária local sejam respeitadas.
A documentação gerada, como ART, laudos de estanqueidade, plantas atualizadas e relatórios de inspeção, deve ser arquivada pelo proprietário ou síndico. Esses registros são exigidos em auditorias de segurança e servem como comprovação de conformidade em caso de sinistros.
Checklist final para reformar imóveis com gás encanado
- Solicitar vistoria inicial do sistema de gás.
- Mapear todo o trajeto das tubulações.
- Desligar o fornecimento de gás antes da obra.
- Avaliar a viabilidade de alterações nos pontos de consumo.
- Proteger as tubulações durante a execução da reforma.
- Substituir materiais obsoletos por versões certificadas.
- Realizar teste de estanqueidade antes da religação.
- Garantir ventilação e exaustão adequadas.
- Emitir ART e laudos de conformidade.
- Arquivar toda a documentação técnica.
Seguir esse checklist reduz significativamente o risco de acidentes e garante que a obra esteja em conformidade com as normas brasileiras de segurança em gás combustível.
Conclusão
Reformar imóveis com gás encanado é um processo que requer planejamento técnico e acompanhamento profissional desde a etapa inicial. Cada detalhe, desde a identificação das tubulações até os testes finais, faz diferença na segurança e no desempenho do sistema.
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